Os trabalhos (?)
Este Seminário decorreu como resultado de uma parceria da BAD e do CPF.
O Menú era convidativo, com pratos de fazer crescer água na boca.
Azarito!
È espantosa a quantidade de vezes que caímos na mesma canção!...
Não duvido da qualidade dos títulos académicos dos oradores, e muito menos das boas intenções de todos, desde a organização aos oradores e até mesmo aos assistentes.
O que me faz espécie é que, não apenas uma, mas DUAS juristas, vão a uma conferência destas debitar termos técnicos, que foram e se calhar um dia serão (fazendo uma brincadeira com a obra de T.H. White) circunstâncias concretas. Para usar os mesmos termos, falaram imenso de disposições gerais e abstractas que já não estão em vigor, outras que estão em vigor tipo "pica montinhos" (como se ouviam dantes em sample os discos de vinil...), outras que se calhar ainda vão estar em vigor daqui a uns dias e, melhor ainda, outras que deverão ser revistas e tornadas Directivas para serem integradas e harmonizadas com o Ordenamento jurídico nacional, por força do artº8 da Constituição da República Portuguesa.
E no fim: "desculpem lá qualquer coisinha, porque isto se calhar são termos muito técnicos para vocês, mas olhem, quem perceber percebeu, os outros, perguntem ao advogado da empresa."
Que lata!!!
Vão a um seminário de profissionais fora da área delas, têm perfeita consciência disso, mas não esboçaram o menor esforço para adequar a linguagem de forma a que todos as pudessem entender.
As únicas pessoas que conheci pessoalmente até agora e que tinham esse tipo de comportamento, uma era deficiente mental, as outras faziam-no para conseguir status e revelar ao mundo como os outros eram seres inferiores por não entenderem linguagem tão "chãzinha".
Eu estou convencida que as pessoas saíram de lá para o almoço mais confusas do que quando entraram. E as que queriam aprender também!!
E se há confusão quanto a estes assuntos nos círculos dos profissionais de LIS!
De tarde, mais um prato com mais nome que conteúdo. Nem sei porque não lhe deram nome francês e chamaram Nouvelle Cuisinne...
Nada de novo fosse qual fosse a direcção da bússola!
Não ponho em questão a complexidade do tema. Nem de perto nem de longe.
Os Direitos de Autor e os direitos conexos, o real enquadramento de cada um dos intervenientes nestes processos, o real enquadramento desses mesmos processos, as consequências do lobbying das grandes empresas quer nas práticas quer nas tentativas para a criação de novas leis. Qual o mundo em que neste momento se vive, e as consequências destas acções.
E muitos mais assuntos, todos vitais no mundo de hoje para todos, quanto mais para os profissionais da informação.
E todos deficientemente referidos no dia 12. Tive mesmo muita pena que a Doutora Vitória Rocha não tenha tido oportunidade para maiores desenvolvimentos ao tema. Talvez para outra vez...
É preciso que se convençam, de uma vez por todas, que estes assuntos merecem um tratamento mais cuidado. E que fazer uma conferência para cada tema não é demais.
No passado dia 12 de Outubro a BAD-Norte (para os que fazem questão nos desdobramentos: Associação de bibliotecários, arquivistas e documentalistas - delegação Norte) organizou uma conferência sobre Direitos de Autor, na Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Eu fui. Mais uma vez dei o meu tempo por bem usado ao ouvir a Doutora Maria Vitória Rocha, ainda que esta não tenha referido alguns aspectos para não sobrepor a sua contribuição aos temas a tratar pelos Dr. António Sá Santos e Dr. Adalberto Barreto.
Isso foi uma pena.
E com todo o respeito que me merecem os Drs António Sá Santos e Adalberto Barreto, passo a explicar porque não considerei as suas comunicações muito interessantes.
Não vou pedir desculpa pela minha opinião, mas peço desculpa se considerarem que esta foi fruto de falta de conhecimento.
Quanto ao tema copiar ou não copiar, ou mesmo copiar o quê... não esclareceu mais do que uma conversa de café. Com as mesmas dúvidas a pairar no ar se calhar.
Alguém falou ou tirou dúvidas sérias sobre os problemas dos DRM quanto a cópias legitimadas por lei de documentos legalmente adquiridos? Não ouvi.
Alguém falou nos tipos de presunção de uso legítimo de documento, ou parte dele, em ambiente web, e em que condições é que isto se faz? Falar, falou, mas tão no ar, e em termos tais que (como resposta a perguntas que apenas marginalmente tinham a ver com esse assunto) que eu, se não tivesse algumas luzes sobre o assunto, a partir de hoje não incluiria um endereço web numa bibliografia sequer, sem pedir autorização ao autor!
Quanto aos desenvolvimentos da questão do comodato pago em bibliotecas públicas (o que é um contrasenso: se é comodato não é pago; se é pago é aluguer ou arrendamento...)
tive muita pena de não ficar mais esclarecida do que quando li a informação enviada pela BAD com as diversas propostas, antes de férias.
E o Dr. Adalberto Barreto, se me permitem a opinião, teve uma intervenção de tal forma vaga que não parecia ter formação em Direito. Eu penso que neste momento de mudanças a este nível, as pessoas querem mesmo saber os quês o os porquês. As pessoas estão a precisar de informação concreta, porque se sentem um pouco perdidas.
Voltando à Conferência em si, não houve ideias novas, não se esclareceram os monstros que continuam a esconder-se debaixo das secretárias dos profissionais da informação.
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