Segunda-feira, 24 de Dezembro de 2007
As minhas perplexidades
Agora o que mais estranhei foi que, talvez porque a organização era basicamente do CPF, todos falaram muito em fotografia, mas ninguém quis realmente saber nada acerca dos desafios e dos problemas que se enfrenta quando se quer divulgar material na web! Especialmente no que diz respeito a projectos em maior escala. Dos constrangimentos legais, então, nem falar.
Aliás, até ouvi uma assistente dizer alto e bom som, que com ferramentas como o Google Earth se podia dar a volta às proibições legais de fotografar e conseguir fixar por outras formas imagens de edifícios referentes à defesa nacional (quarteis, etc)!
Afinal ali estava a discutir-se como dar a volta a leis, que nem sabemos muito bem como funcionam porque as senhoras juristas disso se encarregaram, e em segundo lugar de sermos vistos. Isso sim.
Suponho que a sensação de estar num OVNI seja parecida com a que senti.
No fundo, os profissionais continuam a ter imensas dúvidas acerca das novas ferramentas digitais e respectiva regulamentação. Mas parecem preferir continuar as lamúrias, em vez de fazer perguntas concretas, a sério, sobre os problemas que têm no dia-a-dia. Pior ainda, apesar de saberem que certas práticas são ilegais por definição já antes do uso das novas TIC, parecem não se sentirem minimamente obrigados à legalidade. Mas este último ponto, suponho que seja só no sentido deles para fora, porque estou mesmo a imaginar a "peixeirada" se alguém lhes tocar num direito, por mínimo que seja.
Saí com a nítida sensação de que uma grande parte dos que me rodeava estavam perfeitamente alheados dos problemas, que não são fáceis, e não se preocupavam minimamente com isso.
Deve ser frustrante organizar um seminário para ajudar os colegas a ultrapassar os novos problemas, que surgem diariamente, e não são fáceis de lidar, e deparar com uma assembleia de, desculpem-me os mais interessados, verdadeiros monos. Não deve deixar muita vontade de continuar a fazer tentativas de actualização de conhecimentos, porque o problema há-de ser sempre o mesmo: quem quer aprender está com atenção, lê, preocupa-se, ouve com interesse os oradores tira as dúvidas que tem e aprende; a maioria acha que o problema da factura de uma tal de AGECOP é do homem que foi reparar a máquina das fotocópias.